Por Joao Ribeiro
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15 de julho de 2025
O cantor e compositor porto-riquenho Bad Bunny surpreendeu o mundo nesta segunda-feira (14), ao lançar, sem aviso prévio, a faixa “Alambre Puá” , canção até então inédita que abriu os primeiros três shows da sua aguardada residência “No Me Quiero Ir de Aquí” , realizada exclusivamente em Porto Rico. O novo projeto musical e performático do artista é mais uma prova de que ele continua reinventando sua arte e expandindo os limites do reggaeton e da música latina. Uma estreia poderosa e cheia de significado “Alambre Puá”, que pode ser traduzido como arame farpado, é uma música densa, com camadas sonoras que misturam batidas eletrônicas sombrias, percussões urbanas e um flow introspectivo que já se tornou marca registrada do artista. Com produção primorosa e versos que abordam temas como opressão, resistência, identidade e pertencimento, a canção carrega um forte simbolismo — especialmente ao estrear em um momento tão especial da carreira do astro: a residência em sua terra natal. A faixa estreou simultaneamente com um videoclipe impactante , onde uma mulher dança em um cenário que remete aos palcos da turnê, entre cercas metálicas e luzes pulsantes. A estética visual reforça o clima de tensão e liberdade contido na canção, e dialoga diretamente com a proposta artística do novo show. “No Me Quiero Ir de Aquí”: Bad Bunny firma raízes em solo porto-riquenho A residência “No Me Quiero Ir de Aquí” — que em português significa “Não quero sair daqui” — representa um momento intimista e ao mesmo tempo épico na trajetória de Benito Antonio Martínez Ocasio, nome verdadeiro do cantor. Serão 30 apresentações exclusivas em Porto Rico , realizadas em um complexo especialmente construído para o espetáculo. Os shows marcam o reencontro entre o artista e seu público de origem, após uma série de turnês internacionais esgotadas. Com uma cenografia que mistura futurismo, urbanidade e elementos caribenhos, a série de apresentações vai além de um show musical: trata-se de uma experiência imersiva que reforça a conexão de Bad Bunny com seu país, sua cultura e sua comunidade. Em entrevistas recentes, o cantor afirmou que o projeto é “uma carta de amor a Porto Rico” e que ele queria “criar algo inesquecível para seu povo”. Lançamento surpresa movimenta fãs e plataformas digitais Como já virou tradição em sua carreira, o lançamento de “Alambre Puá” foi feito de forma totalmente inesperada, sem teasers, anúncios ou campanhas promocionais, uma estratégia que tem dado certo com o artista, que costuma confiar no impacto orgânico do seu trabalho e na força de sua base de fãs. Minutos após o lançamento, a música já figurava entre as mais ouvidas em plataformas, além de liderar os trending topics do Twitter e causar comoção entre fãs no TikTok, onde trechos do videoclipe começaram a ser replicados em danças e remixes. Depois da residência, Brasil no radar: turnê mundial em 2026 E se os fãs porto-riquenhos estão vivendo um momento único, os brasileiros também têm motivos para comemorar. Após o encerramento da residência em Porto Rico, Bad Bunny se prepara para embarcar na turnê mundial “Debí Tirar Más Fotos World Tour” , com passagem confirmada pelo Brasil em fevereiro de 2026 . Ainda sem datas e locais oficialmente divulgados, a turnê deve incluir shows em grandes arenas e festivais do país, com expectativa de ingressos esgotados em poucas horas, como aconteceu nas visitas anteriores do cantor ao continente sul-americano. A nova turnê promete resgatar sucessos dos últimos álbuns, como “Un Verano Sin Ti”, “Nadie Sabe Lo Que Va a Pasar Mañana” e também deve incluir “Alambre Puá” e outras canções inéditas que fazem parte do repertório mais recente da residência. Um fenômeno da cultura pop global Com mais de 150 milhões de ouvintes mensais nas plataformas digitais , Bad Bunny se tornou o artista latino mais bem-sucedido da atualidade e um dos maiores nomes da música global. Suas composições transbordam autenticidade e frequentemente abordam temas como masculinidade, desigualdade social, identidade de gênero, vida urbana e resistência cultural, algo que lhe rende respeito não só como artista, mas como símbolo de uma geração que busca mais representatividade e liberdade de expressão. Além da música, ele já transitou por diversas áreas, como a moda (sendo capa da Vogue e parceiro da Adidas e Gucci), a luta livre (com participações no WWE) e até o cinema (atuando em “Trem-Bala”, com Brad Pitt). Sua imagem é cuidadosamente construída, mas jamais artificial: Bad Bunny representa a quebra de padrões e a afirmação da arte como espaço político e transformador.