Unloverr lança clipe “Travesty Avantgard”

Unloverr é multiartista, produtora, modelo, cantora e dj. Seu clipe “Travesty Avantgard” está no YouTube e a música no Spotify. A produção foi realizada a partir do edital 005/2023 de audiovisual da Lei de incentivo Paulo Gustavo. Em paralelo, neste dezembro, aconteceu o workshop sobre empreendedorismo, produção independente e arte marginal, abordando estratégias para a criação de novas realidades a partir da TRANSvivência, da magia e do afronte!
O som eleva à máxima potência a estética única de Unloverr. Com direção de fotografia de de Caju Bento e direção de movimento de Anilson Jr. E na performance, estão artistas que movimentam forte a cena de Goiânia: Angel Borges, Anilson Jr, Cabriella Trindade, Alessandra Mamba Negra e Joel Araújo. E a contrapartida foi realizada com audiodescrição e com intérpretes de Libras, Anna Lua e Ana Carolina Marques.
Os versos apresentam reflexões da tecnologia travesti - de modo que ocorra a subversão da arte, do gênero, por bases afro-indígenas, travesty e cultura preta. Assim, a cultura ballroom com a dança Vogue move o flow, a cada elemento - hands performance, duckwalk, face - make artística em cybertribal, são feitos feitiços, armas de combate, além de um olhar que volta para si, para corpos se re-descobrirem.
Em suas referências, há o conceito “travecometodologias” da teórica Isadora Ravena: “Arrisco na escrita de prototeses para as travecametodologias, entendendo-as como feitiço, como armas de combate à linguagem, entendendo-as na traição ao gênero, na recusa à transparência, no acesso a camadas de delírio e em seu constante processo de resfôlego com os demais saberes transgêneres, pretos e indígenas” (RAVENA,Isadora.2022).
Tanto o clipe quanto o seminário de empreendedorismo - que aconteceu 14/12 na Federação de Teatro de
Golas, o público é levado a questionar o CIStema, este sistema cisgênero e heteronormativo que nocivamente sustenta LGBTFobias, transfobias. Por isso, trata-se de um trabalho especial produzido por pessoas trans e para pessoas trans. As artistas Unloverr e Karliiz Legbara, mãe da Casa de Arapô e diretora de arte, ministraram o seminário.
Avançada, Unloverr está na cena desde 2021, sua pesquisa deriva entre corpo, música e poesia, num feitiço para encantar e quebrar as correntes cognitivas e emocionais que aprisionam nossas existências. Ela é artista multimídia e original cria do Maranhão. Em 2022, na residência artística Acasas em Goiânia, lançou seu primeiro EP, Funky Lo-fi. No mesmo ano, estreou em duas coletâneas de música eletrônica pelo selo Daddy Records.
Entrevista a Maju Back - @Outcyber__
1- Como foi a construção dos visuais? O tempo de idealizar e realizar a obra?
Eu tinha uma demo da música “Travesty Avantgard” produzida por mim guardada, e quando surgiu o edital achei que esse era o momento perfeito pra expandir esse universo que a track representava. O projeto levou cerca de um ano para ser realizado. "Travesty Avantgard" é um projeto realizado com recursos da Lei Paulo Gustavo, do Governo Federal, operacionalizado pelo Governo de Goiás por meio da Secretaria de Estado da Cultura.
2 - A Unloverr traz uma estética disruptiva e $ original cria $ que impacta. Quais são os seus elementos favoritos?
Aprecio muito o modo como possuo uma identidade forte e pop, o que me permite ser muito original, ao mesmo tempo que dialogo bem com o mainstream. Talvez por beber de fontes do universo dos quadrinhos, dos games, fantasia e ficção-científica.
3 - Na sua arte, tem abstração, cores de fantasia e referências renascentistas. Parecem animações em que você é a vilã e também heroína em universos de videogame. Quais obras te influenciaram ou o que tem sido mais marcante para chegar nesta expressão?
Sempre fui fascinada pelo universo dos quadrinhos e games, e a Unloverr traz um pouco dessa estética pós-humana que também é uma poética travesti. Pensei no styling do videoclipe como personagens de um jogo de fato, onde cada um representava um arquétipo especial pra mim. Há um contraste subliminar entre a figura de Unloverr, uma “diaba” e Dendê, um “anjo”, ambas com olhos brancos por serem “entidades”. “Exu não tem olhos brancos porque é essencialmente humano”.
4 - Conta para nós como foi estar no Festival Favera? Lá foi lançado o clipe “Um sentimento”.
As oficinas do Favera foram uma experiência muito enriquecedora pra mim, onde também fiz networking com pessoas incríveis e que me fortalecem até hoje. Nós idealizamos o clipe de “Um sentimento” num dia" e o produzimos logo no dia seguinte, foi bem corrido mas também muito divertido. Foi a oportunidade perfeita de ganhar skills com produção audiovisual antes de gestar meu próprio projeto audiovisual.
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